Um levantamento traz preocupações importantes para os usuários da internet no Brasil, que configura como o 6º país que mais sofre com vazamentos de dados no mundo. Somente de janeiro a novembro de 2021, foram 24,2 milhões de perfis de brasileiros tendo informações expostas a partir de ataques ou brechas em sistemas.

Os números são da Surfshark, empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas e que atua na área de ferramentas de privacidade e segurança online. As informações também citam um aumento nos casos de golpes contra pessoas jurídicas no Brasil.

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Estados Unidos, Irã e Índia ocupam os três primeiros lugares em vazamentos

Os Estados Unidos lideram a lista de ocorrências. De acordo com os dados do levantamento, nos onze primeiros meses do ano passado, 212,4 milhões de contas de cidadãos do país foram atingidas pelos criminosos. O que significou uma alta de 22% em relação a 2020.

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Já o Irã ocupa o segundo lugar, em um aumento impressionante de 10.842% em 2021 quando comparado com o volume de vazamentos registrado no período anterior. Fechando o top 3, a Índia aumentou em três vezes o total de exposições no ano passado, e 86,6 milhões de pessoas indianas foram comprometidas.

No total global, o crescimento de vazamentos foi de 3,4%. A sexta colocação do Brasil, conforme explica a Surfshark, vem acompanhada de uma queda de 31% no volume de vazamentos no período de 2021 em relação a 2020.

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Conforme traz uma nota da Surfshark à imprensa, vários casos de vazamento de dados têm despertado a atenção da sociedade nos últimos meses. Dentre eles, o recente envolvendo médicos pró-vacinação infantil, o do aplicativo ConecteSUS que ficou fora por cerca de dez dias e o do vazamento de dados envolvendo a Polícia Federal.

Vazamentos para além das instituições públicas

A empresa também lembra que não são somente os órgãos públicos que estão sofrendo com os ataques. Por exemplo, houve o vazamento da empresa GoDaddy, que comprometeu mais de 1,2 milhão de usuários ativos e inativos do sistema WordPress.

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Mais recentemente, já neste ano de 2022, houve o grande vazamento de dados de mais de 300 mil usuários do Mercado Livre, como vimos aqui na semana passada. Outro caso importante vimos em janeiro, quando o Banco Central confirmou o vazamento de 160 mil chaves Pix.

Lei Geral de Proteção de Dados

Neste cenário, Thiago Cabral, sócio diretor da Athena Security, especializada em segurança digital, aponta para o quanto é importante às empresas se adequarem às normativas previstas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Como a nomeação de um responsável pela proteção de dados, por exemplo, e outras dicas que você pode ver aqui. “Além disso, é necessário total atenção do setor jurídico, tecnológico no processo de adequação à lei, a fim de criar controles e minimizar a quantidade de informações sensíveis nesta situação”, explica.

Vale ressaltar que, com a vigência da LGPD, os ataques de dupla extorsão às pessoas jurídicas vem aumentando no Brasil. Nesse tipo de crime, os hackers tentam maximizar os lucros obtidos, exigindo pagamentos para fornecer a chave para descriptografar os dados e para que as informações confidenciais não sejam divulgadas.

“A LGPD ainda causa dúvidas e até mesmo incômodo, mas é necessário entender os riscos que as empresas correm em um possível vazamento. Por esse motivo, todos os setores devem melhorar suas práticas, entender suas responsabilidades e contar com um planejamento estratégico da organização para evitar que os dados sejam utilizados de maneira inadequada nas estratégias, prejudicando, assim, o cumprimento da lei”, complementou Cabral.

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Imagem: geralt/Pixabay/CC